quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Notas da CPN da JS

A Comissão Política Nacional debateu a demissão do Presidente do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira e a sua intenção de provocar eleições regionais antecipadas. Dispondo de uma maioria absoluta e de uma legitimidade eleitoral clara, o acto do presidente do Governo Regional demissionário, movido por calculismo partidário e por uma intenção clara de fomentar um clima de tensão e de desafio às instituições da República, é prejudicial aos interesses da Região Autónoma, gerando uma instabilidade política artificial e procurando fabricar justificações para a sua incapacidade de ultrapassar os desafios da gestão do arquipélago.

A gravidade do inaceitável ataque verbal e populista às instituições do Estado, chegando ao ponto de qualificar como ditatorial o exercício legítimo dos poderes conferidos pela Constituição aos órgãos de soberania democraticamente eleitos, é ainda reforçada pela forma como a liderança nacional do PSD, em particular o Dr. Marques Mendes, se solidarizou e sufragou a opção tomada pelo presidente do PSD-Madeira. Independentemente da importância interna que um dirigente partidário possa assumir, a impossibilidade do actual presidente do PSD em afirmar a sua liderança não pode conduzir a que o PSD se solidarize com a atitude sem precedentes e com a falta de respeito institucional demonstrada pelo Dr. Alberto João Jardim.





Perante a inevitabilidade de novo acto eleitoral, a Juventude Socialista manifesta todo o seu apoio e empenho à Juventude Socialista e ao Partido Socialista da Madeira no período que se avizinha e reafirma a sua convicção de que o acto eleitoral pode representar a oportunidade para assegurar uma mudança política profunda que dê aos Madeirenses uma gestão séria, responsável e empenhada no desenvolvimento real e sustentado da Região Autónoma da Madeira.

A Comissão Política Nacional da JS manifesta ainda a sua preocupação pela crescente degradação da credibilidade e capacidade de actuação do governo do município de Lisboa. A estagnação da governo da capital decorrente da actual crise política é prejudicial à melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos e cidadãs de Lisboa, à implementação de políticas públicas adequadas ao desenvolvimento da cidade e à necessária reforma do município que permita ultrapassar a grave situação financeira na qual se tem encontrado. Não é, pois, possível continuar a ignorar o problema, nem pode o PSD nacional e local fingir que a crise institucional em Lisboa não existe. Se uma crise fabricada e provocada conduz a eleições na Madeira, a mesma solução impõe-se perante uma crise verdadeira na capital.

A Juventude Socialista constata, pois, a falta de capacidade do Dr. Marques Mendes em obter um liderança credível e que coloque os interesses dos cidadãos e cidadãs portuguesas acima dos interesses do seu próprio partido.

Finalmente, a Comissão Política Nacional debruçou-se ainda sobre a revisão em curso do programa de Incentivo ao Arrendamento Jovem (IAJ), tendo realçado a sua importância no processo de emancipação dos jovens. A Juventude Socialista continuará a acompanhar aquele processo de revisão e a contribuir com os seu contributos para garantir que o novo regime continue a assegurar o apoio no acesso pelos jovens à primeira habitação.

Mercado e Shopping

Na sociedade portuguesa e tomarense em particular existe um claro conflito entre o pensamento e os interesses das diversas gerações. É natural, fazendo tal facto parte de toda a evolução histórica das sociedades ao longo dos tempos, sendo por isso necessárias políticas de complementaridade entre os vários interesses, afinal de contas somos todos cidadãos com o mesmo conjunto de direitos e deveres.

Muito tem já sido discutido sobre o novo Plano de Pormenor do Flecheiro e Mercado, muitas são as críticas ao projecto camarário e poucos os elogios ouvidos. É esse conjunto de opiniões expressas que os agentes políticos locais são obrigados a analisar, ouvindo os interesses de toda a população e não apenas da parte que se julga "iluminada" e dona da razão dos interesses concelhios.

No contexto do século 21 é importante Tomar ter um bom mercado. Um mercado forte e aglutinador da população de todo o concelho e porque não, como no passado de toda uma região. Todos compreendemos (exceptuando o executivo PSD), sem grandes abordagens sociológicas a importância crucial que o mercado simboliza para um conjunto muito alargado da população do concelho. Será que podemos construir um verdadeiro desenvolvimento social e económico sem compreender as necessidades de uma parte significativa da população? Pessoalmente, não me parece o caminho ideal.

Desta forma compete ao executivo PSD dotar o mercado das condições de dignidade necessárias, olhando para ele como um local simbólico de venda e convívio social. A "destruição lenta" que se apodera diariamente do Mercado Municipal exige renovação e não destruição, já que a política de "terra queimada" provou em casos como o parque de campismo não ser a solução. Destruir sem alternativas credíveis não é o caminho. Contundo, sei que para o executivo PSD a maioria dos frequentadores do mercado não interessam no seu projecto de construir a "Terra dos Sonhos" onde só alguns têm lugar nas suas concepções de megalomania, sendo os restantes meros agentes de dar votos, nem que seja em grandes passeios ferroviários.
Em conjunto com o mercado outra questão se coloca, o Centro Comercial de Tomar. Assunto que não deve ser confundido e não tem sido nas diversas propostas do Partido Socialista que ao contrário de outras forças compreende os interesses dos diversos grupos da população do concelho de Tomar, acreditando que a sociedade não parou na década de 1980. Acredito pessoalmente e por saber onde os muitos tomarenses param ao fim-de-semana que um "shopping" possa ser importante e vir de encontro às necessidades e anseios de uma parte da população. Contudo, o local não deve ser o centro da cidade e muito menos destruindo o mercado e desprotegendo ainda mais os comerciantes, em vez de no centro histórico se propiciar um autêntico "Centro Comercial de Ar Livre", ajudando e dinamizando o comércio já existente. Desta forma a solução de Marmelais para a construção de um "shopping" ganha todo o sentido, seguindo o modelo de outras cidades, não hipotecando o mercado e os comerciantes da zona histórica.

Pelo já dito, acredito na complementaridade dos diversos agentes económicos, contudo não posso de forma nenhuma aceitar que para construir algo que pode ser megalómano e correr mal se destrua o mercado com toda a importância social, económica e turística que lhe é reconhecida. Não aceito desenvolvimento esquecendo parte da população, mas sei que a modernidade e uma sociedade cada vez mais cosmopolita obriga a mudanças de paradigma, mas nunca destruindo o passado, acelerando rumo ao futuro com ele e toda a população.

Hugo Costa - Artigo Publicado no Jornal Templario

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Flecheiro

Está em discussão, o muito citado Plano Pormenor do Flecheiro…Mandem as vossas sugestões…

Madeira...

A questão da Madeira é um claro problema de regime em Portugal. Portugal democrático tem no seu seio…práticas e manifestações longe dos seus princípios. Os últimos desenvolvimentos na Madeira comprovam esse paradigma. Só resta desejar ao PS-Madeira e ao seu líder Jacinto Serrão as maiores sortes neste combate duro, mas pela democracia que se advinha.

Hugo Costa

Referendo Local

No decurso do debate público promovido pelo PS no passado sábado sobre o Plano de Pormenor do Mercado/Flecheiro, o Presidente Hugo Cristóvão anunciou que o partido irá propor em sede própria, a realização de um Referendo Local sobre a polémica questão da destruição do Mercado Municipal para construção de um Centro Comercial, propondo o PS em alternativa a manutenção e renovação do Mercado, apontado a construção do Centro Comercial para a zona de Marmelais.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Sim - Freguesias

Os resultados de domingo do sim, desagregados por freguesia são os seguintes:

Alviobeira (PS) – 67,17%
Asseiceira (PSD) – 53,29%
Beselga (PS) – 53,95%
Carregueiros (CDU) – 66,95%
Casais (PSD) – 63,07%
Junceira (PSD) – 40,22%
Madalena (PS) – 67,40%
Olalhas (PSD) – 32,82%
Paialvo (CDU) – 54,98%
Tomar – Sta. Maria dos Olivais (PSD) – 67,18%
Tomar – S. João Baptista (PSD) – 62,79%
S. Pedro (PSD) – 60,71%
Sabacheira (PS) – 63,88%
Serra (PSD) – 31,14%
Além da Ribeira (PS) – 63,23%

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Referendo

O Sim venceu em Tomar com 60,3 %, contribuindo desta forma para uma politica mais solidária e menos punitiva.
Nas 16 freguesias do concelho o SIM só não venceu na Serra, Olalhas e Junceira.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Os motivos do meu SIM

Perto que estamos de mais um momento de consulta popular, é ainda necessário e importante, esclarecer porque se defendem determinadas posições para uma compreensão real dos motivos, afastando todos os equívocos. Neste referendo muitos defendem o sim, muitos outros defendem o não por razões da sua consciência, moral ou ética, sendo que o mais importante é que as pessoas tenham a verdadeira noção do que está em causa, para assim, poderem tomar a sua posição.
A interrupção voluntária da gravidez, vulgo aborto, é um tema polémico pois envolve muitos preconceitos, no entanto, é necessário termos a noção de que o aborto existe, embora seja ilegal. Acontece que, o aborto clandestino origina todos os dias a entrada de mulheres em urgências hospitalares ou pior que isso, origina muitas vezes a morte das próprias mulheres, que depois de uma tomarem uma decisão física e emocionalmente dura ainda tem de se sujeitar a clínicas clandestinas, onde a intervenção não é feita da forma mais correcta e onde os cuidados são poucos ou nenhuns, simplesmente porque não tem dinheiro para se deslocar ao país vizinho para terem o mínimo de condições. Outro aspecto importante é a criminalização deste acto, que tem levado muitas mulheres a serem alvos de processos judiciais, passando uma autêntica humilhação e chegando até a serem alvo de discriminação por parte de outros. Uma coisa, todos sabemos, o aborto ou “desmancho” não é uma prática recente e merece mais e melhor atenção.
No entanto, surge uma questão essencial: será que alguém tem o direito de julgar o próximo pelo simples facto de ter tomado uma decisão com a qual não concorda? Pois eu acho que não! Neste referendo estão em causa valores bem mais importantes do que acusar alguém porque tomou uma decisão que muitos não tomariam. E já agora, já alguém se tentou pôr na pele de uma mulher que tem tal decisão a tomar? Acham que é fácil? Tomar esta decisão implica muita reflexão e deixa nas mulheres marcas psicológicas muito profundas.
Nesta consulta popular, o que está em causa é a descriminalização de uma decisão de consciência, bem como a dignidade das mulheres que optam por fazer a interrupção voluntária, garantindo efectivas condições para a sua realização, para que esta dura decisão seja acompanhada de bons cuidados de saúde e de um efectivo planeamento familiar bem como, de dignidade, tanto física como psicológica.
É importante perceber que não se pretende uma liberalização do aborto e muito menos uma visão deste como um método contraceptivo, pretende-se antes que este seja legal, para que possa ser realizado por equipas especializadas que cuidem da saúde destas mulheres, acabando com as horrorosas consequências do aborto clandestino, como a impossibilidade de voltar a ter filhos ou a até mesmo a morte delas.
Acredito que se a interrupção voluntária for legal o número de abortos não vai aumentar em massa só porque é legal, bem como na redução dos abortos clandestinos.
Eu defendo o sim, porque quero que as mulheres possam ter mais saúde, mais dignidade e mais justiça, defendo o sim porque não acho justo que alguém que o faça, ainda que na clandestinidade, seja apontada e difamada na praça pública só por ter decidido fazê-lo. Digo sim, porque não posso compactuar que muitas mulheres continuem a morrer, fiquem física e psicologicamente afectadas por não terem tido um acompanhamento adequado e mais ainda porque acho que é descabido que uma mulher seja julgada e condenada por tal decisão. Defendo o sim, estou convicta de que este é o caminho para resolver este problema, que por muito controverso não podemos atirar para debaixo do tapete, não podemos continuar a fingir que não existe.
É porque defendo a saúde e dignidade, que no próximo dia 11 vou votar sim!

Susana Faria

Artigo Publicado - Jornal Cidade Tomar