segunda-feira, novembro 07, 2005

Campanha de Soares

Naquela que vai ser a mais dura batalha do PS, nos últimos tempos, já está decidido quem será o director da campanha jovem em Tomar da campanha de Mário Soares. Será o camarada Hugo Costa, coordenador da JS Tomar. Em breve será anunciado o nome do mandatário da juventude no nosso concelho.

Artigo do Cidade Tomar em 4-11-2005

Democracia Autárquica

A democracia serve para se aceitar os resultados eleitorais e é essa uma das virtudes do país e do sistema construído, como instituição que esperemos sólida no fim do 25 de Abril de 1974. Cabe por isso aos vencidos, cumprimentar e desejar aos vencedores um trabalho em que a melhoria das condições de vida da população seja uma realidade.
Mas, mesmo com todo este respeito democrático exigido, a actual situação deixa-me triste, não só por Tomar, mas por um país onde parece que trinta anos de democracia, já pouco significam. Num país onde Isaltino, Damasceno, Fátima, Valentim e Fátima, vencem como heróis, fazendo com que pensemos que quanto mais processos tiveres em tribunais melhor resultado eleitoral levas. É este o país e a democracia que todos aqueles que derramaram sangue por ela queriam? Julgo na minha modesta opinião que não…
Mas, nesta História autárquica julgo que os Tomarenses, não podem sair satisfeitos, muito menos os jovens, como eu. Nestas eleições venceu quem não tinha programa, propostas e apenas queria repetir os erros. Com esta maioria renovada que recentemente tomou posse, vai ficar tudo na mesma, onde como dizia o ditador argentino Juan Perón, a política é a arte do possível. Mas felizmente, Tomar não é a Argentina, já que nos falta uma Evita, um Che, um Maradona e temos uma alternativa com programa ao Paivismo massificador…ao contrário da Argentina que ainda hoje parece viver debaixo do Peronismo seja ele de esquerda ou direita.
Mas, em democracia temos de aceitar os resultados, sabendo que os jovens continuaram a encher o banco de desemprego, já que a falta de programa indica que os investidores continuaram a não ser apoiados e o empreendedorismo em vez de apoiado será atirado para o cano de esgoto, pois talvez seja contra o pensamento dominante.
A habitação a custos controlados continuará a ser uma miragem, o parque campismo um monte de destroços e a cultura uma coisa de elites. Mas a escolha foi popular e mesmo que os jovens tenham de esperar mais quatro anos por uma casa de juventude, onde se construa um espaço de todos e para todos, a Juventude Socialista aqui vai continuar a lutar por um Tomar melhor, todos os dias, não temos medo de maiorias silenciadoras, não temos medo do Paivismo massificador, estaremos aqui por Tomar.
Mas é com esperança que olho para o futuro de Tomar, já que sei que o Paivismo estará condenado no fim deste mandato e finalmente os tomarenses irão ter uma câmara que olhe para os seus problemas, com sentimento e não apenas como um número, mas para isso ainda faltam quatro anos. Mas Tomar é um concelho muito singular, mesmo perdendo toda a pujança industrial do passado, continua com taxas de derrama (taxa acrescida ao IRC) máxima de 10%, quando concelhos muito mais desenvolvidos industrialmente tem taxas mais reduzidas, como é o caso de Odivelas (9%), Marinha Grande (9%), Guarda (5%) ou mesmo de 0%, como Castelo Branco, Pombal ou o concelho que provou nas autárquicas que a democracia tem sempre razão, Amarante. A singularidade não é só na Fiscalidade, já que atravessa a a Ciência Política e os seus paradigmas, já que em mais nenhum concelho a conivência entre CDU e PSD, terá ido tão longe…veja-se o singular caso de Carregueiros onde o PSD apoiou a candidatura da CDU…ou estarei a mentir?
Mais uma nota, que acho relevante, acreditava na qualidade das listas do PS em todas as freguesias, mas como morador na área rural de S.João Baptista, sei que os caminhos de cabras vão continuar no lugar de estradas, as silvas no que devia ser caminhos e toda a parte histórica da cidade esquecida pela sua Junta de Freguesia. Alguém já passou pelos caminhos pedestres que dão acesso ao Convento nos últimos tempos? Julgo que até para os padrões da Idade Média estariam maus…e aí com a continuação do já visto PSD tudo parece ficar na mesma. Mas, veremos…
Em democracia os ciclos eleitorais e políticos, ganham uma relevância extraordinária e julgo que o ciclo da laranja no nosso concelho está a terminar e outro ciclo com projecto e com futuro, sairá vencedor.

Hugo Costa
Coordenador da Juventude Socialista de Tomar