A Vereadora socialista, em regime de substituição, Anabela Freiras, apresentou ontem na reunião Câmara a sua oposição à filosofia de actuação da maioria PSD, em relação ao "Programa de enriquecimento curricular do 1ºCiclo", considerando que serão as famílias das crianças a pagar, em virtude da Câmar não optar pela solução financeira mais favorável.Foi este o teor da sua declaração de voto:
Consideramos que a Proposta de Adesão ao “Programa de generalização do ensino do Inglês nos 3º e 4º anos e de outras actividades de enriquecimento curricular no 1ºCiclo do Ensino Básico”, com excepção do caso do Inglês que não está em causa, se baseia em pressupostos errados, desadequados ao interesse global da sociedade Tomarense e muito em especial dos alunos e suas famílias, em especial ao “impôr” um Modelo de enriquecimento curricular que não está articulando com nenhum dos Projectos Educativos dos respectivos agrupamentos de Escolas.Acresce que, no entender do PS, qualquer Proposta no sentido de “readaptar” os respectivos Projectos Educativos, para esta visão da Câmara Municipal, teria de ser discutido e decidido no respectivo Conselho Municipal de Educação, o que não aconteceu, pelo que sabemos até hoje, apesar de já termos em reunião anterior feito essa mesma proposta.Não se compreende como a Câmara Municipal argumenta com a utilização do equipamento informático existente nas Escolas no âmbito do PRODEP, quando propõe à tutela que das 61 turmas a criar, só metade (32) se realizam em espaço escolar com a presença dos respectivos equipamentos(?).
A argumentação de que já existe uma larga oferta na área da Música e da Actividade Física e Desportiva, nomeadamente nos ATL existentes, não leva em linha de conta em primeiro lugar que nem todo o Concelho está coberto por rede de ATL e em segundo lugar tal oferta não é livre de custos para as famílias, sabendo nós que muitas famílias não podem ter acesso a esta formação por dificuldades económicas.Ficámos a saber pela explanação da Câmara Municipal, que haverá um posterior protocolo para a área do desporto com UMA Associação do Concelho, por “considerá-la uma actividade de grande importância” (sic).
Com tal definição ficámos também a saber que o ensino da Musica não será “uma actividade de grande importância”.Ao optar pelas valência de informática e robótica, em detrimento de música e actividade física e desportiva, a Câmara Municipal onera mais o Município e/ou as famílias, pois tais actividades serão financiadas em 160€/aluno/ano em detrimento de 250€/aluno/ano se a opção fosse para a música e actividade física e desportiva.Para o Partido Socialista, se a Câmara pretende investir no ensino precoce da Informática e Robótica, o que até podemos concordar, não o deve fazer em detrimento das outras actividades, já com know-how instalado no Concelho, dentro da raiz Histórica e Cultural, com especial relevo num ano em que se comemora o centenário do nascimento do músico Tomarense Fernando Lopes Graça.
Ao optar pelo modelo de financiamento público mais baixo, não garante assim a Câmara Municipal o interesse público na gestão dos dinheiros de todos nós, ou pior ainda, pretende transferir para as famílias Tomarenses mais gastos para garantir o acesso dos seus filhos a actividades na área da música e desporto.Este modelo de complemento formativo para as crianças do 1ºCiclo é mais caro para as Famílias, mais caro para o Município e não valoriza a capacidade instalada no Concelho na área da Música e do Desporto.
Por tudo o atrás exposto votamos contra.
Tomar, 8 de Agosto de 2006
A VereadoraAnabela Freitas