O ministro da Defesa israelita, Shaoul Mofaz, afirmou hoje que o primeiro-ministro palestiniano designado pelo Hamas, Ismail Haniyeh, poderá ser morto se o seu movimento "continuar com as actividades terroristas".
"Se o Hamas decidir continuar na via do terrorismo, nenhum membro do movimento beneficiará de imunidade", afirmou Mofaz à rádio militar israelita, quando questionado sobre se o Governo de Israel considerava o primeiro-ministro palestiniano um possível alvo da sua política de assassinatos selectivos.Shaoul Mofaz é um dos dirigentes do Kadima, o partido centrista criado por Ariel Sharon e dirigido pelo primeiro-ministro interino Ehud Olmert, que deverá vencer as eleições legislativas de 28 deste mês.
Na mesma linha, o antigo dirigente do Shin Beth (serviço de segurança israelita) Avi Dichter, que também faz parte da direcção do Kadima, afirmou anteontem que "se Haniyeh e os seus partidários continuarem a sua política de terror e de assassinatos enquanto estiverem no poder [...] poderão juntar-se ao sheikh Ahmed Yassin [o fundador e líder espiritual do Hamas, morto num ataque israelita em 2004]".
Ismail Haniyeh já escapou a uma tentativa de assassinato, em Setembro de 2003, ao lado do sheikh Ahmed Yassin. Já esteve preso por várias vezes: 18 dias em 1987; seis meses em 1988; e três anos a partir de 1989. Foi expulso no dia 17 de Dezembro de 1992 por Israel, por um período de seis meses, juntamente com dezenas de responsáveis do Hamas, para o sul do Líbano.Após a vitória do Hamas nas eleições legislativas palestinianas de finais de Janeiro, Haniyeh foi designado pelo Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, para formar o próximo Governo.