Durante o Outono e o início do Inverno surge, além do início do frio e das chuvas, um dos factos noticiosos mais badalados e de maior relevância política para o futuro de
todos: a Discussão do Orçamento de Estado. Essa discussão é muito mais importante que qualquer duelo de um western, como o PSD infelizmente o quis fazer entender este ano, com resultados que embaraçaram o maior partido da oposição.
Falando apenas dos grandes números, o Orçamento para 2008 demonstra a eficácia de acção do governo liderado pelo nosso Partido Socialista. Onde a direita populista falhou, mesmo com discursos como o famoso “da tanga” ou com o “apertar do cinto”, o nosso Governo foi eficaz. A verdade incontestável é que o nosso Governo PS consegue chegar a uma previsão orçamental de 2,4% do défice em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), mostrando o seu rigor, já comprovado com a baixa para a meta europeia dos 3%, subjacentes ao famoso Pacto de Estabilidade e Crescimento. Este dado, mesmo que seja considerado irrelevante pela oposição, vai permitir investimentos futuros em áreas cruciais, sem hipotecar as gerações futuras, como é simples de perceber. Não posso, igualmente, deixar de referir o crescimento económico previsto, na casa dos 2,2%, o maior desde o ano 2000 (também na altura governava o PS). Esta é a ambição legítima de um governo que passou de crescimentos negativos e muito baixos no tempo do PSD-PP para os 1,8% em 2007. É um dado muito importante que nos permitirá pela primeira vez em muitos anos crescer acima da média da Zona Euro, estabelecendo um rumo a convergir com a nossa Zona Monetária, reflexo do rigor da política do Governo Socialista. Com vista a uma política social com solidariedade entre as diversas gerações temos de salientar o reforço do “Completo Social de Idosos”, sendo apenas parte do reforço de 3% no campo da componente social orçamentada. O incremento da Medicina Dentária no Serviço Nacional de Saúde aparece claramente como uma das políticas mais relevantes do ponto de vista social no Orçamento de Estado de 2008, ou não fosse uma das injustiças reinantes na sociedade portuguesa contemporânea, onde uma parte significativa da população está arredada desses serviços médicos.
Como jovens que somos temos de olhar com mais atenção para a política orçamental nos campos que mais interessam à juventude, ainda que a mesma juventude seja afectada pelas políticas das mais diversas áreas. A nível de associativismo juvenil uma política mais clara e rigorosa em relação a apoios permitirão um aumento real de cerca de 15% nas dotações efectuadas em 2008, comparativamente a 2007. Por seu turno, devemos também sublinhar o grande investimento previsto em PIDDAC para o Ministério da Ciência,Tecnologia e Ensino Superior, sendo o valor mais elevado de todos os Ministérios, provando a grande aposta no Ensino Superior e na Ciência e Tecnologia que este Governo sempre nos habitou. A política com visão social tem vários avanços previstos a nível orçamental: A implementação da Porta 65 – Arrendamento Jovem e um acréscimo pelo segundo consecutivo da dotação orçamental prevista para acção social escolar são duas medidas de grande impacto, com vista a dotar os jovens de mais oportunidades e poder de emancipação.
A Juventude Socialista, consciente das políticas positivas do governo, iniciou em todo o país a campanha “O Futuro Já Começou”, onde tenta mostrar números que resultam de políticas concretas, como é o exemplo do aumento de 6800 estudantes no
Ensino Superior desde 2005 e os mais 54300 estágios profissionais desde o mesmo ano que permitiram a muitos jovens usufruir de oportunidades que, de outra forma, dificilmente alcançariam. Desta forma anunciamos que o “O Futuro Já Começou”, como se depreende da análise do orçamento para 2008, que na minha opinião é um orçamento de futuro.
Hugo Costa
in "Jovem Socialista - edição 454"