terça-feira, fevereiro 17, 2009

A Força da Mudança

Na vida partidária de qualquer organização política, os congressos assumem particular relevância, como momento de escolha de estratégias e de orientações políticas. No caso dos partidos democráticos essa importância é ainda maior no livre debate de opiniões. Como partido da liberdade e da democracia que é, o Partido Socialista apresenta-se a Congresso (Congresso a realizar entre 27 de Fevereiro e 1 de Março em Espinho, no norte do distrito de Aveiro) para discutir opções e planos para o futuro, através da apresentação de 3 de moções de estratégia nacional.
O mundo vive uma situação de crise económica, financeira e social apenas comparável com o período seguinte a 1929, numa “bolha” que atravessa fronteiras e que nos chega diariamente pelos inúmeros órgãos de comunicação social existentes, com o desemprego a alastrar a olhos vistos. Expressões como sub-prime e nomes como Madoff começaram a fazer parte do usuário comum. Se o comunismo tinha desabado em 1989, o “fim das ideologias” e do neo-liberalismo desabou em 2008, sendo o socialismo-democrático o caminho necessário para uma sociedade mais justa e que consiga caminhar para o futuro com políticas sociais e de emprego. E é no seguimento dessas mesmas políticas sociais e de apoio ao emprego que enquadro a moção “PS- A Força da Mudança” que tem como primeiro subscritor, José Sócrates, actual Primeiro-Ministro.
O investimento é historicamente um dos principais caminhos de combate à crise. Foi com investimento público que foi construído o New Deal que permitiu recuperar da crise de 1929, através de uma política estruturada de grandes obras públicas. Os tempos são outros, a dinâmica da economia moderna mudou, mas mais que nunca importa recuperar “o velho” Keynes, rumo a construirmos uma sociedade capaz de responder aos novos desafios da crise e é esse o caminho proposto na leitura atenta da moção.
Mas a moção de José Sócrates, “PS- A Força da Mudança” é igualmente um texto das liberdades sociais. Foi com o actual Governo que foi aprovada a Interrupção Voluntária da Gravidez combatendo uma das maiores “chagas” sociais, o aborto clandestino, foi com este Governo que a lei da paridade ganhou corpo e será agora com o Partido Socialista que o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo ganha margem (batalha histórica da Juventude Socialista). Para muitos trata-se de uma questão de minorias, mas na realidade é apenas o aprofundar da democracia e o cumprir da Constituição da República que no seu artigo 13º fala da não descriminação por opção sexual.
No campo da Educação, a nível de resultados para os estudantes os dados falam por si, com as novas medidas implementadas nestes 4 últimos anos. O aumento do ensino com certificação profissional foi uma realidade chegando perto dos 40% do total de alunos do secundário, assim como a diminuição do abandono e insucesso escolar, que para sempre condenaram gerações e o seu futuro. Mas esta moção vai mais longe, falando do ensino obrigatório até ao 12º ano, combatendo as assimetrias sociais e dando igualdade de oportunidades a todos os jovens e criando condições sociais para tal.
A moção de José Sócrates é uma moção do nosso tempo, uma moção de esquerda democrática e solidária que não tem medo de desafiar a crise e os novos tempos. Uma moção da Europa e dos valores do modelo social europeu. Uma moção que acredita numa sociedade mais justa e solidária e que vê o Partido Socialista como a força da mudança da sociedade portuguesa.

Hugo Costa
in Cidade de Tomar de 13/02/2009