segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Voto Jovem

Os jovens são como sempre o futuro da sociedade e representam o que ela tem de melhor através da sua energia e esperança. Contudo mesmo que muitos políticos da nossa praça tentem através de declarações sem aplicação prática mostrar o contrário, a verdade é que a força que os jovens trazem tem sido encarcerada nos últimos três anos de governação da coligação de direita.
O conceito de jovem tem sofrido ao longo da História múltiplas revisões por vários motivos que se prendem com razões económicas, culturais ou apenas pelo aumento da esperança de vida (veja-se que ela nalguns países ainda hoje se situa em valores na casa dos quarenta anos). As camadas mais jovens da nossa pirâmide demográfica tem sido atingidas por um desemprego galopante, por uma péssima política de educação e por políticas de juventude quase baseadas no “pão e circo” dos romanos da antiguidade clássica.
Muitos dos leitores, já pararam de ler nesta parte do artigo, abanando a cabeça e declarando em alto e bom som “Lá estão os putos preguiçosos a se queixar...”, mas para quem tiver infelizmente este pensamento, gostaria que pensassem em qual seria a sensação de serem “atirados às feras” sem as mesmas oportunidades que as gerações anteriores tiveram, nas mesmas circunstâncias.
No próximo dia 20, vamos ter umas eleições legislativas decisivas para o futuro do país, e aí não podemos deixar de pensar o que leva os jovens nascidos no pós 25 de Abril, filhos da democracia e da liberdade a ficarem em casa e terem taxas de abstenção na casa dos 50%. Se esses jovens não vão votar, não é apenas o resultado do seu desleixo, mas sim do espírito que todos ouvimos na boca de muita gente, tirando crédito à política, aos actores políticos e mais grave à própria democracia e seus valores. Como é possível que os jovens votem mais se cresceram a ouvir, “São todos iguais”? Se calhar muito boa gente quando crítica um jovem devia pensar em filmes como o lendário “Fúria de Viver”, onde se pode observar uma geração dos anos 50 sem rumo. Não são esses os nossos avós? Se calhar então está na altura de compreenderem que sempre foi fácil criticar os mais jovens, como demonstra claramente a História...e agora é a altura de mudar e começar a acreditar e apostar na força da juventude.
Que exige a minha geração nestas eleições? De certeza competência, seriedade, frontalidade e que questões mesquinhas de pessoas sem escrúpulos não sejam relevantes, mas sim políticas concretas de emprego, de empreededorismo jovem e de educação de qualidade para todos, sejam as prioridades. E nestes assuntos uma visão estritamente contabilística dos assuntos, como foi tónica do governo PSD-PP, não é claramente a melhor solução, mas sim não ter medo de investir nos jovens e no futuro do país.
De todas as possibilidades que os jovens do nosso concelho tem no dia 20 a melhor é não ficarem em casa, mas sim passearem, irem ao cinema, conviverem com os amigos, namorarem e ganharem muito ao perderem poucos minutos a ir colocar uma cruz no Partido Socialista. Partido esse que através do seu programa reafirma a importância do emprego, da não subida das propinas, da tecnologia, do combate ao abandono escolar, do ambiente e de tantos outras questões fundamentais para os jovens.
É verdade que os jovens tem outras opções e alguns jovens podem achar “porreiro” votar no Bloco de Esquerda, já que o Louça lhes parece um tipo “fixe” e conhecedor dos problemas dos mais novos. Eu enquanto antigo aluno do economista Francisco Louça, considero que ele é realmente bom na sua área cientifica (e minha), mas contra o que muitos pensam, em Tomar não estão a votar nele, mas sim na lista de Santarém do BE. E devido ao nosso sistema eleitoral proporcional, Santarém tem direito a 10 deputados eleitos por um método conhecido por Hondt, pelo qual como é fácil de compreender os votos no Bloco muito dificilmente chegaram para eleger um deputado. E assim em vez de permitirem que os assuntos que fazem bandeira do BE, como a defesa das liberdades individuais sejam defendidos por um partido progressista no governo, ao votarem em partidos que não elegem ninguém estão a dar vantagem à direita, que sempre reprimiu as mudanças necessárias na sociedade.
Outros porém gostaram do estilo “boémio” de Santana Lopes e a esses relembro o mal que ele fez aos jovens em apenas quatro meses. Que mal não faria em quatro anos? Já pensaram que a qualidade de um político se mede pelo que executa e não pela quantidade de revistas cor-de-rosa que vende? E não se esqueçam de quem fez uma política de desemprego (em vez de emprego), aumentou radicalmente as propinas e tem tido uma atitude vergonhosa na campanha, criticando tudo e todos e não conseguindo sequer ouvir as aspirações da sua juventude partidária em relação a questões de urgente mudança na sociedade, preferido utilizar essa mesma JSD para encobrir alguns dos mais “negros” actos de campanha.
Muitos acusam o PS de voltar com a “tralha guterrista”, acusação essa sem fundamento já que o governo Socialista teve a qualidade que todos os Portugueses reconhecem cada dia mais e além disso a aposta em novas caras é uma realidade, como é caso do reconhecido economista Manuel Pinho, cabeça de lista em Aveiro (lista essa que igualmente integra, num dos primeiros lugares o líder da JS, Pedro Nuno).
E para além do Pedro, muitos são os jovens que integram as listas em todo o país, dando energia e força ao projecto de mudar Portugal protagonizado pelo Partido Socialista, não entrando os jovens socialistas na campanha “baixa”, que a JSD tem demonstrado. No nosso distrito são quatro os jovens que integram a lista, lista essa que deve dar orgulho a todos os jovens tomarenses pela presença do Hugo Cristóvão na lista, factor que muito prestigia a JS de Tomar.
Eu acredito nos jovens, assim como em todos os tomarenses e na sua determinação de mudar o país, mudança essa que só é conseguida pelo voto no PS, fazendo com que jovens e menos jovens possam mudar o nosso país.

Hugo Costa