segunda-feira, maio 17, 2004

Questões Económicas no Distrito Santarém

O distrito de Santarém é um distrito multifacetado do ponto de vista sociológico e económico (com consequências políticas de diversidade que se conhecem), mas a sua economia não pode ser analisada no actual quadro económico sem o recurso à análise da envolvente internacional, nomeadamente a Europeia.

A integração monetária com todas as perspectivas positivas que abriu, criou problemas sérios, por falta de adaptação dos agentes económicos, no distrito de Santarém (e em Portugal de forma mais geral). A inflação disparou, nomeadamente nos produtos básicos, devido a arredondamentos de qualidade muito duvidosa que agravaram as condições de vida da população mais carenciada. Paralelamente a tudo isto, alguma indústria presente no nosso distrito baseava a sua competição internacional em preços baixos, o que se tornou completamente impossível devido ao elevado valor cambial do Euro (o que encarece as exportações) e pelo facto desse valor cambial não poder ser baixado por uma política monetária, que agora apenas é da competência do BCE. Mas, independentemente das questões negativas que acartou, a Federação de Santarém da Juventude Socialista deve continuar a defender a Integração Europeia mantendo a tradição europeísta do socialismo democrático nacional, integração essa com contribuições notáveis para o crescimento e desenvolvimento do nosso distrito, trazendo a economia do distrito para o século XXI.

O retrocesso que se vive em termos económicos nos últimos dois anos no distrito de Santarém é da responsabilidade do governo neoliberal, composto pela coligação PSD-PP que impõe políticas económicas cegas e sem visão social. Compete à JS na Federação de Santarém lutar contra este governo e contra as suas políticas económicas sem visão de presente e futuro.

O governo possui uma política orçamental que se baseia no controlo “artificial” do défice para manter o tecto dos 3% com vista a cumprir o PEC (Pacto Estabilidade e Carecimento), utilizando para isso políticas que não são sustentáveis no tempo e políticas pró cíclicas que tendem a acentuar a recessão que existe, pois prologam o ciclo económico que é negativo. Essa loucura do défice, gera no nosso distrito uma falta de investimento público que seja capaz de conduzir ao crescimento económico e, por via disso aumentar o emprego, que se revela um problema cada vez maior. A questão seria menos grave se os nossos agentes económicos privados proporcionassem um investimento privado forte e de qualidade, mas o discurso da “tanga” estoirou com as expectativas dos agentes e com a sua vontade de investir. A Federação de Santarém da Juventude Socialista tem de exigir um investimento público forte no distrito para proporcionar melhores condições ao desenvolvimento e ao caminho para um futuro melhor.

Como força de juventude que é, a Juventude Socialista em Santarém, tem de ter grande preocupação com a questão do desemprego, que cresce assustadoramente (segundo os dados do INE, situa-se em Portugal perto dos 7%), afectando muito em particular os jovens, sendo eles qualificados ou não. Assim sendo a JS deve exigir no distrito de Santarém, um apoio à criação de empregos nos vários ramos de actividade. Contudo uma política de emprego defendida por socialistas será sempre uma política com respeito pelos trabalhadores e seus direitos, e alguns deles são ameaçados pelo novo Código do Trabalho. A exigência de uma política de emprego para os jovens no nosso distrito resulta igualmente da necessidade de fixar população jovem e qualificada no distrito, em vez de ver migrar essa mão-de-obra para outras paragens e é nessa luta que tem de estar a Federação de Santarém da JS, exigindo condições para fixar esses mesmos jovens.

Em conclusão, será necessário a JS no nosso distrito de Santarém, como herdeira dos valores do socialismo democrático, lutar e exigir outra visão para as questões económicas, que olhe para além dos números, ou seja para as pessoas. E só com essa visão social da economia é que o distrito de Santarém pode caminhar para o futuro.

VIVA A JS!

Hugo Costa