sexta-feira, junho 11, 2004

Votar é preciso

No próximo domingo, é dia de ir às urnas – talvez de ir à praia, talvez de ir passear, talvez de ficar em casa a descansar, mas a par disso, impreterivelmente, é dia de ir às urnas. Ir às urnas votar para o Parlamento Europeu.
Ir às urnas porque é um direito pelo qual muitos lutaram durante muito tempo, e essa conquista não foi há tanto tempo assim. Ir às urnas porque é um dever que nós que vivemos em sociedade e dela usufruímos de benefícios e malefícios, devemos cumprir. Ir às urnas porque, por mais que alguns digam que não, e nos queiram convencer que não, e por mais que os afazeres do nosso dia-a-dia nos peçam para ficar, é preciso ir.
É preciso porque ainda que muitas vezes não percebamos como, e também poucos nos expliquem porquê, a Europa é importante. È de lá que vêm os dinheiros com que são efectuadas a maioria das obras actualmente no nosso país, e à União Europeia se devem as principais mudanças estruturais e sociais no nosso país, os principais equipamentos: auto-estradas, IP’s e IC’s, novas escolas, novos hospitais, os Polis que tanto dão que falar, etc, etc. Mais apoio social, mais apoio à cultura, à educação, à saúde, devemo-lo à União, à Europa espaço económico e social que do alto da sua idade e tradições, deve se modelo para o resto do mundo.
Lembram-se como era Portugal antes da adesão à então CEE conseguida por Mário Soares em 1986? O que evoluímos em menos de 20 anos! E hoje, alguém consegue imaginar Portugal fora da União como então alguns defenderam? Alguns que hoje estão no poder, alguns que ainda hoje, ainda que subterfugiamente defendem o nosso isolamento, o nosso “orgulhosamente sós” de outros tempos.
Seria-nos impossível e catastrófico viver fora da UE. Dependemos dela em muitos aspectos, porque ninguém vive bem sozinho. Muitas das leis que hoje são aprovadas no nosso Parlamento, não são mais que a ratificação ou imposição do que já fora decidido em Estrasburgo ou em Bruxelas. Por isso e por tanto mais, a Europa é importante.
E por isso independentemente de quem, votar é absolutamente necessário.
Depois, é preciso escolher, escolher com critérios, escolher reflectindo nessa escolha, quem melhor nos pode representar na Europa, e ajudar no seio dos partidos europeus a que este canto seja um melhor e mais desenvolvido lugar para viver.
Escolher, não em função de quem se veste melhor, ou de quem tem melhor aspecto, ou de quem joga golfe ou não, ou de quem disse mais mal, ou de quem disse melhor, mas escolher em função de quem é mais competente, de quem tem provas dadas do seu valor, do seu mérito, da sua competência.
Alguém sabe o que já fez João de Deus Pinheiro, para além da participação da venda de armas para o Iraque? Mas Sousa Franco levou-nos ao euro e à aproximação da Europa, que agora outros nos tiram, Elisa Ferreira deu-nos as Piscinas, o governo PS deu-nos o Hospital, O Politécnico, a IC3 que estes ainda não conseguiram concluir, o Cine-Teatro, e tantas, tantas outras coisas que são menos visíveis, mas não por isso, de menor importância.
Eu não tenho dúvidas, e julgo que a maioria dos portugueses também não, o voto certo é no PS, mas o importante é não nos fiarmos em sondagens, é percebermos que não bastam as intenções, e dia 13 de Junho só contam os votos dentro das urnas. Espero que o seu, seja você jovem ou menos jovem, homem ou mulher, pobre ou rico, será sempre um cidadão português e europeu, e por isso espero, tenha ido à praia ou não, que dia 13 o seu voto esteja lá! As mudanças não se fazem com intenções, fazem-se com acções, e a mudança começa dia 13.

artigo do camarada Hugo Cristóvão
publicado no jornal Cidade de Tomar de 11.06.2004